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Lamento

 

Estou deitado em minha cama

E me perco em meus pensamentos

São coisas banais e surreais

Que refletem minha vida inteira

 

Talvez eu esteja perdendo a sanidade

Mas quem nunca à perdeu?

Não sinto mais o vento em meu rosto

Sinto minha vida se esvaindo no ar

 

E mais uma vez eu fico perdido

Sem nenhuma direção

Eu me guardo para um novo dia

Sem saber se estarei lá

O Obscuro

Vozes ao vento me lembram quem sou.
Um ser falho que sustenta a dor.
Preso a um corpo humano e sensível, 
À deriva e confuso, num abismo invisível.

Torturas carnais, não me fazem efeito.
Frieza oculta é que bate em meu peito.
Assim o mundo insano nos promove
Fadado à este ciclo, até a morte.

Lembranças do passado insistem em me assombrar.
Num deslumbre momentâneo, se perdem pelo ar.
E a nostalgia ,que me vem a lembrar,
Uma vez nas sombras, não se pode voltar!  

O Eremita

Busco em meu passado
Algo importante que eu tenha feito
Para poder honrar a minha história 
E saber que irei conseguir
Atravessar o vale do medo

Não pedirei ajuda a ninguém
Mesmo estando preso neste abatimento
Um problema que terei de resolver
Reunir forçar e ir adiante
No vale do medo

O pôr do sol anuncia o fim da esperança
Meu objetivo torna-se um fracasso
Meu espírito perdido no infinito tormento
Mas não posso desistir ,tenho que tentar atravessar
O vale do medo

Cidade Fantasma

Estradas de terra
Me levam aonde não queria estar
O medo me assombra
Cidade fantasma prestes a chegar

Remorso castiga
Meus erros sempre irei de lembrar
Ferido na alma
Sei que aqui não meu lugar

Os muros pichados
Juventude perdida não há de voltar
Perdido no tempo
Desejo da morte em se realizar

O sangue derrama
Um homem chora em seu altar
A morte vagueia
Existência humana e seu triste pesar

Egos aflitos

Os trocados em meu bolso
É prova de que estive lá
Incrustado em minha mente
Uma tortura à lembrar

Humanos se relacionam motivados
Para pertencerem a algo confortante
Pois em seu meio isto é o padrão
Para uma existência significante

Tal fato incomoda... Tortura...
A quem foge a esta natureza
Se esconde em camadas profundas
Para que um dia talvez pereça

A noite é amiga de muitos seres
Que vagueiam livres e presunçosos
Pois os seus moldes se quebraram
Tornando-os únicos e valiosos

Contos de fadas

Hey garota triste ,o que você faz aí?
Aposto que acredita naquele conto feliz
Em que até as fadas te desprezaram
Eu lhe avisei que vida real é mais depressiva

Então não me olhe com essa cara de choro
Então me mostre essa perigosa viagem
Entre o ilícito e a fantasia que fez
Que não te torna muito mais feliz, vê se você entenda

Não existe príncipe encantado
E tão pouco cavalo alado
Apenas em seu mundinho perfeito
Um completo conto de fadas

Alice

Alice ,aonde está o seu sorriso agora?
A felicidade desapareceu no passar dos dias
Seus olhos perderam o brilho como outrora
Suas emoções ,que transcorrem sempre indígnas

Alice ,seus sapatos azuis não dançam mais?
E mesmo tentando não consegue parar de pensar
Em seus pequenos atos tão surreais
Agora não basta ...apenas lhe resta acreditar

Alice ,as sombras do passado a perseguem
Nas estradas estreitas e infinitas
As canções que dizem que não a merecem
Pessoas como você ,que ficam sempre sozinhas

Alice , as cartas estão sobre a mesa
Mostrando um futuro de incertezas
Pedindo apenas que não fique presa
Nas planícies intransponíveis da tristeza
 

Destino incerto

Mais um dia como os outros
E as mesmas imagens me cercam
Olhando com um ar de soberba
Sabendo o que eu sinto

É difícil perceber o tempo
Com os olhos humanos
Pois quando se percebe
Já não faz a diferença

O barulho infernal do relógio
Me lembra segundo à segundo
As coisas que ainda eu não fiz
E a culpa por ter feito as outras

Nuvem

Dentro desta esfera invisível
Que na qual estou fadado a ficar
Tento interagir com o agora
Sem ao menos se quer suspeitar

A cada sol que surge
Trás consigo alternativas
Para nos deleitarmos cegamente
E até mesmo  nos questionar

Certos caminhos que traçamos
Podemos sempre nos orgulhar
No entanto, quando vem a queda
Não podemos nos abalar

Uma vez mais adormeço
Com esperança de resposta
Para aquilo que fui programado
Que nunca caia em contradição

Por quem os lobos uivam

 

Aquele que não pronunciam o seu nome

Aquele que todos tem medo

Aquele que observa e não é encontrado

Aquele por quem os lobos uivam

 

Aquele que não é feliz e nem triste

Aquele que não sente frio e nem calor

Aquele cuja emoção é o ódio

Aquele por quem os lobos clamam

 

Aquele à quem não conseguem se definir

Aquele que não tem moradia

Aquele que as pessoas tanto desprezam

Aquele por quem os lobos festejam

Devaneios

Em queda livre meus sonhos seguem assim
Não consigo gritar e as pessoas não me entendem
Percebo que este mundo não foi feito pra mim
Em queda livre pesadelos e agonia

O homem se embriaga eu seu sangue divino
O homem se embriaga eu seu sangue divino

Sinto um receio percorrendo em minhas veias
Estranhos surgem na minha mente
Crianças batalham em guerras ancestrais
Em queda livre devaneios e agonia

O homem se embriaga eu seu sangue divino
O homem se embriaga eu seu sangue divino

Cavaleiros anunciam que minha hora chegou
Em livros explicações para tantas mentiras 
Uso a coroa que um dia aqui governou
Em que livre me sinto perdido

O homem se embriaga eu seu sangue divino
O homem se embriaga eu seu sangue divino

Martírio

Um dia que eu passo sem falar contigo
Me parece muito mais com um castigo
Contando as horas, assim que eu fico
Combinados como o ascendente e o seu signo

Preciso lhe dizer como me sinto
Dos versos pra esquecer,
As dores do martírio...do meu martírio

Me deixe ser o primeiro bom dia do seu alvorecer
A noticia boa , os problemas esquecer
Aquelas notas no violão que te fazem estremecer
E o filme do livro que gosta tanto de ler

Preciso lhe dizer como me sinto
Dos versos pra esquecer
As dores do martírio...do meu martírio

Quando fala sinto a sua euforia e o seu pesar
Escrito nas estrelas, seu destino deve estar
Me sinto muito mal por não poder lhe ajudar
Mas em seus sonhos eu sempre irei de estar

 

Preciso lhe dizer como me sinto
Dos versos pra esquecer,
As dores do martírio...do meu martírio

Setembro

Uma vida curta
Que pouco faz a diferença
Ninguém sentia a sua falta
E muito menos a sua presença

Seu nome não importa
Não sente frio e nem calor
Rosto estático e pálido
No espelho transmitia terror

Sua família não o entendia
E seus amigos monstros virtuais
Não era estranho e nem normal
Perseguido por temores reais

Médicos não o ajudavam
Psicólogos tentavam o definir
Em uma simples doença
Capaz de destruir

Não ia trabalhar e nem estudar
E os dias acabavam em vão
E voz em sua mente que repetia
"A morte é a única solução!"

Suas mãos tremiam
Naquela tarde de setembro que não acabava
E com apenas um tiro
A sua vida terminava
 

Edifício Itália

Pelas ruas que eu ando
Eu vejo casas coloridas
Não sei se estou perto


As luzes são escuras 
E os cães cantam sua sinfonia
Não sei se estou perto


O álcool faz efeito
E o brilho das estrelas se extinguia
Não sei se estou perto


Vejo uma esquina
Semelhante à minha
Não sei se estou perto


O cheiro de fumaça
Me deixa sempre alerta
Não sei se estou perto


O Edifício Itália
Está em chamas
Não sei se estou perto


O grito de todos lá de dentro
Me deixam assustado
Não sei se estou perto


Eu tento entrar de qualquer jeito
E os bombeiros dizem para me afastar
Não sei se estou perto

Vejo todos os meus sonhos
Se evadirem nesses escombros
Não sei se estou perto


Queria estar junto de você
E seguir com minha vida
Não sei se estou perto

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